O Pastor Sgt PM Henrique da IEAD em Santa Inês teve a oportunidade de conviver com esta liderança singular e aprender princípios de liderança marcadas na vida de um homem que contribuiu de forma decisiva com a história do Vale do Pindaré e outras regiões do Maranhão e do Brasil.
Faleceu em São
Luís na manhã deste sábado 7 de setembro, uma das maiores lideranças
evangélicas do Maranhão que atuou por quase cinco décadas em Santa Inês: Eterno Antonio Meton
Soares, nasceu para Cristo em 1945 na cidade de Pedro II (PI). Cearense, com 22
anos de idade, Meton Soares sai do Ceará e passa a morar no Estado do Piauí e
no ano de 1950 vem embora para o Maranhão.
Como crente, o
jovem Meton Soares ajudou bastante na pregação do Evangelho, evangelizando os
maranhenses em 1953. Meton Soares trabalhou no seu primeiro campo, a então Água
Branca, aonde hoje é a cidade de Vitorino Freire.
Segundo Meton,
naquela época, primeiro o candidato a pastor era autorizado com 03 anos era
consagrado a evangelista e depois com uns 03 ou 04 anos era ordenado a pastor.
Como seu primeiro campo foi Vitorino Freire, depois Igarapé Grande, Caxias,
Andirobal dos Crentes e depois Pio XII, Santa Inês e Pedreiras.
O pastor Meton
Soares lembra que quando esteve em Santa Inês pela primeira vez foi de 1963 a
1970, retornando para a cidade de Santa Inês em 1990. Com 18 anos em Santa
Inês, Meton diz: “Sairei daqui só o corpo para o cemitério São Benedito e a
alma para o céu de glória”.
Nos anos 90,
Meton Soares chegou a assumir a presidência da CEADEMA (Convenção Estadual das
Assembléias de Deus do Estado do Maranhão) quando o presidente, o saudoso
pastor Estevam Ângelo de Sousa faleceu. Meton era o vice assumindo dois anos.
Meton passou a ser o presidente de honra da Convenção. Meton Soares talvez seja
o único pastor maranhense que nunca quis ser jubilado. “Jubilação para mim, só
quando morrer”, dizia ele.
Meton ficou
conhecido no Maranhão como um dos pastores que mais construíram. O titular
deste blog localizou o reverendo ainda em 2008, aos 86 anos no templo sede ao
lado de pedreiros e carpinteiros em pleno serviço na cidade de Santa Inês.
“Agora é que eu tenho pouco serviço, um no Jardim Brasília e outro no Sabak, no
CAIC e estamos fazendo a reforma do templo central, concluiu o pastor Meton
Soares”.
O trabalho em
Santa Inês estava a todo vapor à disposição do veterano Meton Soares existiam
07 pastores: Josué Soares seu filho, Arimatéia Roberval Nascimento, João
Veloso, Edmilson e José Bili o responsável pelo campo, segundo Meton estava
fazendo um grande trabalho. A igreja em
Santa Inês dispunha ainda de um evangelista, o sargento Paulo Henrique, hoje
Pastor.
Na época
pedimos que Meton Soares nos contasse uma das histórias que ocorreram nos
tempos difíceis de se pregar o evangelho. Ele conta a história do Miguel. “Na época que
estive em Caxias, Coelho Neto e Buriti Bravo, eram campos de Caxias, tinha um
carro de Caxias para Buriti Bravo de 08 em 08 dias. Eu fui um dia para Buriti
Bravo e chegando lá encontrei o irmão Raimundo Colaço que morava num povoado de
Buriti Bravo. Dirigi culto na casa dele e no outro dia fui com ele à cidade,
encostamos em um salão de um sapateiro, testificamos de Jesus para o sapateiro
de nome Miguel, ele aceitou Jesus Cristo como Salvador. Voltamos de irmão para
a casa do irmão Raimundo Colaço na zona rural. No outro dia cedo, eu vim da
casa do irmão Raimundo Colaço para a cidade (Buriti Bravo) para telegrafar para
o pastor Estevam Ângelo em São Luís.
Naquele tempo não tinha telefone. Chegando
no salão do irmão Miguel, saudei com a paz do Senhor e irmão Miguel disse: “A
paz do Senhor” e eu disse para ele que eu iria ao correio para telegrafar para
o pastor Estevam em São Luís e ele disse: “eu vou com o senhor”. Se levantou e
fomos. E saímos andando, passando uma praça tinha um touro de raça na frente
comendo uns bagos de laranja. Eu desviei do touro para o outro lado e ele
(Miguel) vinha conversando com um senhor, só olhando para trás. O touro estava
com a cabeça baixa e ele encostou a barriga na cabeça do touro. O touro não fez
nada com ele. Levantou a cabeça, mas levantou ele na ponta do chifre.
O touro era alto,
soltou ele e aí o Miguel caiu em cima de umas pedras e ficou morto. Eu rapidamente
entrei numa farmácia, muito agoniado, gritei o farmacêutico e ele não apareceu,
mas eu vi a garrafa de mercúrio e algodão. Levei para passar na cabeça do
Miguel. O farmacêutico aparecendo, colocamos Miguel em uma cadeira “preguiçosa”
e levamos para a sala. Cidade pequena, o povo correu logo em cima. Muita gente.
Levamos ele na
preguiçosa para a casa dele. O Miguel tinha muitos filhos. Todos chorando.
Aparece um senhor e disse: “Faz tanto tempo que o Miguel mora aqui em Buriti
Bravo e nunca tinha acontecido nada com ele, foi só ele passar a ser
protestante, o touro matou”. E eu fiquei muito nervoso, sozinho naquela cidade.
O responsável pela morte de Miguel tinha que ser eu.
Chegamos na casa
dele, armamos uma rede, deitamos ele “mortinho”. O povo correu para cima,
chegou um dirigente da igreja cristã me dizendo que tinha o endereço de um
amigo aviador em Teresina.
O irmão Raimundo Colaço foi chegando e se ajoelhou
perto da rede de Miguel em oração. Quando eu observei, Jesus já tinha batizado
o Miguel com o Espírito Santo e o Miguel começou a falar em línguas estranhas
dentro da rede. O rapaz da igreja cristã, aperreado para eu chamar o aviador e
eu disse: “Não meu irmão; Jesus já mandou o aviador (Espírito Santo)”. Disse
ainda: “Miguel já foi batizado com o Espírito Santo. Ele vai já levantar sadio
e glorificar o nome de nosso Senhor Deus”. Voltei para a sala,
o Miguel já estava sentado falando em línguas estranhas e em português e foi
chegando o delegando. Aí eu disse comigo mesmo: “Chegou para me prender” e
comecei a pregar a Palavra de Deus. Muita gente ali.
O Miguel levantou,
falando em línguas estranhas, o sangue desapareceu da testa dele e tudo ficou
limpo e eu glorificando a Deus e pregando. Fiz o apelo, dezesseis pessoas de
uma só vez aceitaram a Jesus como Salvador. A família dele toda até o delegado,
aí fui a ele ensinar a cantar, orar, eu li a Bíblia para eles.
À noite,
preguei a Palavra de Deus em frente ao salão do Miguel e mais gente aceitaram
Jesus como Salvador. Criei uma congregação, batizei a todos que se
manifestaram, não perguntei se eram feiticeiros ou idólatras. Não perguntei
nada. Ficou ali a congregação que hoje é uma grande igreja para a honra e
glória de Jesus”.